Internacional Amistoso Internacional 15 de agosto 2015

Num tanto ou quanto jogo peculiar, a Rússia joga na Sérvia frente à Venezuela neste que é já o seu sexto jogo de preparação num torneio que engloba a Rússia, Sérvia, China e Venezuela.

Os russos até ao momento da sua preparação vem com este saldo de vitórias e derrotas:
01/08/2015 Rusia - Estonia 70 - 62 V. Fridzon (15)
02/08/2015 Rusia - Estonia 92 - 78 V. Fridzon (17)
04/08/2015 Rusia - China 101 - 75 A. Desyatnikov (14)
05/08/2015 Rusia - China 96 - 88 A. Zubkov (19)
08/08/2015 Rusia - Serbia 56 - 75 N. Kurbanov (13)
09/08/2015 Rusia - Francia 55 - 93 V. Fridzon (13)

(Para uma selecção que se julgava que nem entraria no próximo EuroBasket devido aos escândalos que assolam a federação russa de basquetebol com a FIBA e outras entidades, as performances até ao momento não têm sido de todo más).

Os russos vêm para esta competição com uma selecção que carece de uma estrela como os anos anteriores (sem Kirilenkos, Khryapas, Shved's e sem americanos naturalizados) e com um estilo de jogo completamente modificado desde a saída de David Blatt para os Cavs, que foi sucedido pelo velho conhecido Evgeny Pashutin.

A Rússia encontrasse em fase de transição e dos jogadores com minutos regulares de edições anteriores apenas sobra o tweener Sergey Monya, o atirador Vitaly Frizdon e os bases Khvostov e Ponkrashov sendo que todos estes actuam em alguns dos colossos russos do momento.

Para juntar a estes nomes mais conhecidos, Pashutin está a dar oportunidades de jogo a "jovens" que apesar do enorme talento ainda estão por provar como os irmãos Kulagin (apesar Dmitry é um grande jogador), Zubkov (que fez uma boa época no Lokomotiv Kuban) e o enorme, na verdadeira essência da palavra, poste de 2,20m com apenas 20 anos Andrey Desyatnikov que tem vindo a realizar boas exibições até à altura.

No conjunto venezuelano, a selecção vem a preparar o pré Olimpicos usando uma selecção "B" ou sub-23.
Os sul americanos têm vindo a fazer vários jogos de preparação sendo que entraram na Stankovic Cup (que tive oportunidade de ver os jogos frente à China "Olimpica" e à Nova Zelândia), frente a Universidade de Iowa State e uma ronda por Espanha onde jogaram frente a um conjunto de jogadores ACB seleccionados.

A selecção por si carece da sua maior estrela, o NBA Greivis Vazquez e não possui também nenhum dos jogadores que actua nas ligas mais secundárias da Europa, utilizando apenas atletas que actuam maioritariamente no campeonato venezuelano e que possuem pouca experiência internacional.
Carecem também de jogadores interiores, sendo que têm literalmente um "pipo de gordura" a jogar na posição mais perto do cesto e sendo assim as transições defensivas/ofensivas ficam muito aquém por vezes, criando um estilo uptempo de jogo.

Em jogos de preparação anteriores esta selecção sofreu mais de 80 pontos de várias selecções que não chegam aos calcanhares da Rússia e como até têm boas percentagens de lançamento exterior acredito que a linha de 139 pontos seja passada com maior ou menor facilidade, sobretudo devido ao estilo de jogo "desprendido" que as selecções sul americanas jogam.

Começamos mais um dia repleto de jogos de preparação com uma deslocação à Turquia onde duas selecções históricas a nível europeu e mundial se encontram para o primeiro teste "a sério" na sua preparação com vista ao EuroBasket.

Neste encontro temos duas selecções que estão apuradas para o EuroBasket e, na minha minha opinião, com a Grécia com aspirações ao título sendo que esta pode ser provavelmente a última hipótese do que resta da "geração de ouro" de conseguir vencer o título europeu tentando também ainda propulsionar uma ida competitiva aos JO do Rio de Janeiro.
 
A Turquia está inserida no Grupo B com a campeã europeia Islândia, Espanha, Sérvia, Itália e Alemanha no que considero o grupo da morte, onde tirando a "rookie" Islândia qualquer das equipas tem hipótese para se qualificar nas mais distintas posições.
A Grécia está inserida no Grupo C com Holanda, Croácia, Eslovénia, Macedónia e Geórgia e em condições ditas normais poderá lutar pelo primeiro lugar do grupo sendo a favorita se formos apenas atentando ao talento e nomes do conjunto.

A Grécia até ao momento realizou duas partidas amigáveis, sendo que tem um recorde de 1 vitória e 1 derrota.
Na deslocação a Antuérpia perdeu por 5 frente à Bélgica e em sua casa bateu a Bósnia Herzogivina por convincentes 18 pontos.

Os gregos vêm para esta competição praticamente na sua máxima força sendo que a mistura de jogadores de enorme potencial no futuro com jogadores muito experimentados em competições deste nível cria uma excelente combinação para o que, esperam eles que seja, uma possível luta por uma medalha no grupo de elite.

O base Vasillis Spanoulis é a cabeça de cartaz desta selecção aos 32 anos. O base do Olympiacos tem vindo a proporcionar-nos grandes momentos de basquetebol ao longo da última decada, sobretudo a nível internacional e neste momento, sem lesões, considero-o o líder incontestável da equipa.
Spanoulis é rodeado por uma panóplia de jogadores que são conhecidos do basquetebol do velho continente como o poste Giorgios Printezis que é seu companheiro de equipa e esteve perto de ingressar na NBA nesta off season, Nikos Zisis, Ioannis Bourousis, etc etc... mas é impossível não falar na vaga de talento NBA que este conjunto grego possui.
Giannis Antetokounmpo é uma estrela à espera de despoletar, o jovem quer assumir-se como parte importante deste conjunto após ter saído do banco na última competição internacional. Nick Calathes vem de uma boa época onde aproveitou os minutos deixados por Mike Conley em Memphis, Kostas Koufos acabou de assinar um novo contrato bem churudo para jogar pelos Kings e Papanikolaou espera voltar a ter bons minutos de jogo após um começo prometedor em Houston, tendo sido trocado para Denver.

É incrivel a enorme rotação da Grécia, visto que ainda nem referi nomes importantes que jogam em colossos europeus como Mantzaris, Sloukas, Perperoglu, etc o que confina a esta selecção uma rotação de 12 atletas que poucas selecções possuem.

Os turcos até agora realizaram quatro jogos de preparação.
Três jogos contra a sua congénere tunisina onde acabaram com o saldo de 2 vitória e 1 derrota, e uma vitória frente à Bósnia Herzegovina por 8 pontos.

A Turquia por sua parte é uma selecção em semi renovação, sem os nomes aos quais estávamos habituados como Turkoglu, Tunceri, Arslan e Gonlum e sem a presença interior que se julgava possível em Omer Asik e Enes Kanter vem para esta competição em forma de "teste" com uma selecção cheia de talento mas sobretudo potencial futuro.

Bobby Dixon após uma enorme temporada nos supreendentes campeões turcos Pinar Karsiyaka obteve o passaporte turco para suprimir a indecisão de Andrew Goudelock e terá assim a batuta para dirigir esta selecção.
O pequeno base norte americano terá nos NBA Irsan Ilyasova e Furkan Adelmir os seus elementos mais preponderantes sendo que a experiência de Semih Erden, Ogus Savas e Sinan Guler são fundamentais se quiserem obter uma boa classificação com vista aos JO.
Mas mais importante de realçar é o influxo de jovem talento em Cedi Osman (draftado este ano para a NBA), o base de 18 anos Kenan Sipahi que este ano teve bons minutos na Euroleague pelo Fenerbahce mas sobretudo Furkan Korkmaz, o extremo e provavelmente melhor jogador da geração de 97 que neste Verão já realizou duas boas campanhas no Mundial de Sub19 e no Europeu de 18.

Como podem ver, irá ser um jogo bastante interessante mas creio que a Grécia neste momento é muito mais equipa que os turcos e a experiência faz valer muito nestas lides internacionais e sendo assim acredito que a Grécia poderá derrotar a Turquia em sua casa por uma margem superior a 5 pontos.